Esta semana completará 30 anos que ela se foi.
Misteriosa,densa,intensa.
Morreu dia 9 de dezembro de 1977 um dia antes de seu 57º aniversario .
Acho isso tão poético e trágico.
Clarice Lispector escrevia com as entranhas, acredito que por isso que impressiona ou no mínimo incomoda suas palavras. Não escrevia sobre o que acontecia ao seu redor.Sua escrita é interna, intima. Fala da solidão do ser humano.
Tímida, não gostava de se expor na midia , nem do rótulos que impunham a ela,mas declarava que recebia como amigo a todos que a procurasse.
Era uma mulher linda, inteligente,brilhante e intrigante.
Uma vez dormiu com cigarro aceso que provocou um incêndio na sua casa.Esse acidente lhe deixou cicatrizes que limitavam o desempenho motor de sua mão funcional, a direita.
Tinha um jeito particular de falar.Alguns achavam que era sotaque pois havia nascido na Ucrânia,mas , além de ter vivido no nordeste desde poucos meses de idade,ela tinha a língua presa e quando estava quase para se operar, decidiu permanecer do jeito que estava pois julgava ser dolorosa demais a cirurgia.
Em sua ultima aparição na TV, disse que havia acabado de escrever o que seria o livro "A hora da estrela" . Declarou que depois de escrever esse livro ela estava morta.Que falava de seu túmulo e que esperava reviver...tal a intensidade que era colocada na sua tarefa de escrever.
Ironicamente, pouco depois desse especial para a TV ela morre de câncer.
Se olhares em mim verás...