Saí da sombra de uma fogueira
Que a vida inteira quis me queimar
Perdi a conta, mãe criadeira
Meu faz de conta morreu no mar
Reviravolta na alma estradeira
Abre clareira pra me navegar
Perdi o passo, mãe rezadeira
Saltei do penhasco querendo voar
Caí nos braços de uma vereda
Na alameda de céu eu fiz meu chão
Se o amor tá escrito nas estrelas
Que aprendi a ler meu coração
Rendi a sorte na luz da candeia,
Pra quando a morte vier me buscar
Rema canoeiro em ponta de areia
É corredeira que vai me levar
Eu tenho sede de água de chuva
Dança de roda em chuvisqueiro
Rio, ribeirão de água turva
Banho de lama em aguaceiro
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